Colégio Valsassina

Como aluno, filho, irmão e pai de alunos do Colégio Valsassina, refiro-me a esta instituição como parte integrante da minha família. Ajudou e ajuda a educar muitas gerações com princípios e valores com os quais me identifico. O respeito, a disciplina, a exigência, nunca esquecendo a importância do apoio dos alunos em situações de maior dificuldade. Vive-se num ambiente socialmente saudável onde se respira o desporto como alicerce importante no crescimento da pessoa humana. Obrigado, Valsassina!

Faz em 2021 vinte anos que deixei o Colégio após concluir o 12.º ano. O Valsassina esteve presente durante toda a minha infância e adolescência uma vez que comecei a minha viagem com apenas 6 anos. Guardo em mim ótimas recordações e tenho presente imagens que continuarão comigo para sempre: as professoras da primária que me ensinaram o gosto pela leitura, a cantina e o barulho incessante dos talheres, as aulas de Português, Inglês e de Matemática no secundário (tão importantes que foram no meu percurso), o grupo de teatro, da ginástica feminina, da viagem a Paris... Guardo também as amizades e a vontade que tenho sempre de regressar ao Colégio para um reencontro de ex-alunos. Na verdade, não sou uma aluna, sou ainda a Inês Silva, n.º 1267. Entre tantas coisas, o Colégio Valsassina foi o meu primeiro dos primeiros compromissos comigo própria: aproveitar a educação a que tive acesso criando oportunidades infinitas para mim. Ensinou-me que com determinação e trabalho poderia alcançar o que quisesse. Vi, e vejo, o Colégio sempre em transformação, a pensar nas necessidades do futuro e foi isso que também deixou em mim: esta vontade de evoluir com o tempo e sei que por isso será sempre a melhor opção para qualquer geração.

Fiz o primeiro ano do liceu em 63/64, no Valsassina. Estava em regime de semi-internato. Vivia com os meus avós porque os meus pais tinham ficado em Angola. Todas as manhãs, enregelado, lá ia na carrinha com dois primos para o Colégio, levando um pão com marmelada e queijo. Lembro-me bem do então diretor do colégio (não direi a alcunha que lhe dávamos…) e do filho, o Prof. Frederico, que me obrigou a escrever cem vezes que "nas aulas de estudo não se fala" quando me apanhou a bichanar com um colega. Encontrei-o no Técnico pouco antes de morrer subitamente. Fiquei muito contente por me ter reconhecido. Um dia, a descer para o campo de futebol, tentando enganar o vigilante de serviço, coisa que fazíamos com frequência, caí no canal de água salobra que rodeava o campo. Cheguei a casa a tiritar e a cheirar mal. Enfim, foi um ano mágico e inesquecível mas só me lembro dos meus primos e dos diretores do colégio. Ainda hoje, quando passo pela Quinta das Terezinhas, não resisto a deitar um olhar de saudade.